O Feijão: Elemento essencial nas resenhas do futebol amador de Salvador.

Nas panelas e nos corações, o feijão tece laços na várzea de Salvador

O Feijão: Elemento essencial nas resenhas do futebol amador de Salvador.
Foto: Nagalera FC / Jackson Monteiro

No coração da várzea soteropolitana, onde a paixão pelo futebol entrelaça-se com os sabores da tradição, há um ingrediente que transcende o mero prazer gastronômico: a feijoada. Não é apenas um prato; é uma celebração, um ritual sagrado das resenhas pós-partida, preparado no sábado para ser devorado com devoção no dia seguinte. O time que se atreve a não servir feijão nas resenhas, pode pagar caro!

Perdendo ou vencendo, o time que entra em campo sabe que, ao final, há algo que não pode faltar: o feijão. Não importa se a vitória coroa seus esforços ou se a derrota é o desafio a ser superado; o feijão é o elo que une os corações dos jogadores, dos diretores, da torcida. É mais que alimento; é tradição, é o combustível que move o espírito esportivo.

O feijão é democrático, servido por mãos dedicadas, muitas vezes, aquelas que têm seus laços diretamente conectados ao time. Mães, esposas, irmãs, são elas as guardiãs desse maná. Não é apenas uma refeição, mas uma comunhão. Ele alimenta jogadores, torcedores, árbitros e adversários - todos se rendem à irresistível harmonia entre os grãos de feijão e o aroma inebriante de uma boa resenha.

No sabor do feijão, há um poema que ecoa nos campos vitoriosos e nas derrotas amargas. Quando o time triunfa, o feijão se torna a exaltação da vitória, um tempero especial que enaltece cada conquista. Nos momentos de derrota, ele é o conforto, a receita que acalma as dores e inspira a superação. Às vezes, é servido à beira do campo, num espetáculo gastronômico improvisado; outras, em locais reservados, onde os diretores, verdadeiros dadores de recursos, celebram com abundância e regozijo.

O feijão, assim, é mais que uma refeição. É a alma das resenhas do futebol amador de Salvador, uma tradição que transcende as linhas do campo, alimentando não apenas corpos, mas também o espírito comunitário que faz do futebol uma paixão inigualável. Onde há futebol e feijão, há a poesia de uma cidade que celebra suas raízes com cada chute, cada gol e cada sabor único dessa iguaria que une gerações e fortalece laços.